Blog da Proma
Cadeia do plástico amplia uso da Inteligência Artificial
A cadeia dos plásticos, uma das mais relevantes da economia mundial, está aderindo cada vez mais à Inteligência Artificial (IA) para aperfeiçoar seus processos. Um exemplo é o segmento de embalagens inteligentes, um mercado em expansão e que deve atingir o valor de US$ 26,7 bilhões até 2024.
As embalagens inteligentes agregam tecnologia que permite verificar as condições reais do produto ou do ambiente em que se encontra, além de variáveis como qualidade do alimento, data de vencimento e até mudanças na luminosidade do local de armazenamento. Para isso, têm sensores como monitores químicos e de pH para detectar umidade, gases e outros indicadores relativos às condições dos produtos.
O uso de tecnologias como embalagens inteligentes é também uma forma de contribuir para o êxito dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), metas globais definidas pela Organização das Nações Unidas (ONU) a serem atingidas até 2030. O foco é erradicar a fome e a pobreza extrema, proteger o meio ambiente, oferecer educação de qualidade a todos e promover a paz. A Promaflex foi pioneira em seu setor no Brasil na adesão aos princípios do Pacto Global.
A aplicação da IA à reciclagem enzimática do plástico é o foco de pesquisa realizada pela Protein Evolution, sediada em New Haven, Connecticut, nos Estados Unidos, em colaboração com cientistas e engenheiros do Departamento de Energia (DOE) desse país O estudo abrange dois projetos complementares. O primeiro usará IA para criar enzimas que decompõem resíduos plásticos, inclusive têxteis. “Essas novas enzimas serão usadas para transformar vários tipos de resíduos de poliéster em blocos de construção de novos poliésteres”, explica Maren Wehrs, diretora de Desenvolvimento de Bioprocessos da Protein Evolution.
O segundo projeto tem como meta simplificar os métodos de fabricação das enzimas em escala. Trata-se de um processo enzimático que torna os resíduos têxteis e plásticos infinitamente reutilizáveis. Os resultados do processo de reciclagem enzimática da Protein Evolution são o ácido tereftálico purificado (PTA) e o monoetilenoglicol (MEG). “Esses produtos são indistinguíveis dos monômeros derivados do petróleo usados atualmente na produção de plástico virgem, mas têm uma pegada de carbono muito menor e são adequados à produção de aplicações têxteis e de embalagens”, diz Connor Lynn, cofundador e diretor de Negócios da Protein Evolution.
A IA é usada em diversos programas de reciclagem ao redor do mundo. É o caso do sistema desenvolvido por um grupo de pesquisadores da Aarhus University, da Dinamarca, que possibilita diferenciar uma grande gama de plásticos, levando em consideração sua composição química. A câmara desenvolvida pelos investigadores do departamento de engenharia biológica e química da universidade permite diferenciar 12 tipos de plásticos diferentes, grande parte de uso doméstico. O sistema, quando aplicado à escala industrial, tende a aumentar a taxa de reciclagem dos plásticos.
A multinacional anglo-holandesa Unilever, detentora de 400 marcas dos mais variados setores, lançou, em parceria com a chinesa Alibaba, gigante global do comércio on-line, um sistema de reciclagem em grande escala de plástico utilizando a IA. O projeto Waste Free World concebeu máquinas compactadoras ecológicas capazes de identificar e separar automaticamente as embalagens de plástico.
Os clientes digitalizam os códigos QR das garrafas de plástico e a tecnologia de IA reconhece o tipo e o classifica de acordo com o material. Em seguida, os resíduos são separados por tipo de plástico e encaminhados rapidamente a centros de reciclagem na China. Os grânulos de plástico reciclado das garrafas são então aplicados nas embalagens dos futuros produtos da Unilever antes de voltar às prateleiras das lojas.
A fabricante suíça Kistler está incorporando IA à moldagem por injeção, com o seu novo sistema ComoNeo. Ele monitora todo o processo de injeção e utiliza redes neurais artificiais para prever os níveis de qualidade das peças moldadas a partir dos perfis medidos de pressão e temperatura na cavidade do molde. De acordo com a empresa, o sistema contribui para o atendimento dos rígidos requisitos impostos por setores como automotivo e médico.